Quando a vitória é a única opção

Enfim mais uma vitória. A segunda Medida Provisória que entrega para o capital especulativo financeiro o bem tão precioso a vida como é a água caduca em menos de cinco meses. Ambas editadas no Governo Temer. A primeira a 844 editada em plena Copa do Mundo e a segunda a 868 no apagar das luzes de sua mal fadada gestão. Se costuma dizer que o sucesso tem muitos pais e neste caso é a mais pura verdade.

Esta conquista é o resultado da soma de esforços. Uma rede de articulação envolvendo trabalhadores, executivos e políticos das mais diversas empresas públicas, organizações da sociedade civil e partidos políticos. Aqui não quero citar nomes. Prefiro manter os heróis anônimos e pensar que coube a contribuição de todos neste processo árduo e que ainda felizmente está inacabado.

Sem plano “B”

Não havia um plano “B”. Era vencer ou vencer sob pena de ver a sociedade penalizada com o saneamento privado com altas tarifas, o serviço excludente para a população carente da capital e, principalmente, do interior do estado e empregos precarizados.

O fato é que seguimos firmes quando as projeções não eram favoráveis, quando as opiniões eram divergentes, o otimismo cambaleante, os interesses eram difusos e até desconexos… Ainda assim fomos em frente na luta. Reuniões, atos públicos, audiências públicas, caminhadas… Muitos até consideraram impossível reverter a situação política e ainda assim provamos que o improvável se torna realidade quando há determinação, mobilização e união de todos.

Nova Batalha

Porém os entreguistas de plantão não se cansam do seu intento. Derrotados duas vezes agora mudam de estratégia. Vão encaminhar Projeto de Lei com pedido de urgência para discussão e votação no Congresso Nacional nova regulação do Saneamento com tramitação de apenas 45 dias. Não é preciso ser analista experiente e nem convicto militante político para levar a crer que tudo vem com a anuência e conveniência do Governo Bolsonaro que por várias ocasiões manifestou interesse de entregar o que ainda resta do patrimônio público nacional aos interesses privados, principalmente ao capital estrangeiro.

Água privada é economicamente cara e socialmente excludente. Mundo afora tem experiências que comprovam esta que é uma verdade inalienável. Não sustentam os argumentos dos que entendem que para se ter mais investimentos para a universalização do saneamento é preciso entregar a atividade ao capital privado. Não se administram interesses públicos sob a ótica privada. São conflitantes em sua essência.

A decisão vai ser no voto. Instrumento neste que depende de cada um dos trabalhadores, pois foram vocês que elegeram os deputados e senadores que vão determinar os rumos desda luta em defesa do saneamento público. Precisamos cobrar de cada um deles o firme compromisso pelo bem em comum, pela saúde pública e ao desenvolvimento com justiça social na qual a água pública está tão intimamente associada.

Agradecemos a todos que contribuíram para mais esta vitória. Lembrando que ganhamos a batalha, mas não a guerra. O que está por vir mais cobrar mais uma parcela de sacrifício de todos. A causa é nobre como aliás é a atividade de cada um de vocês por onde passa o conforto e a segurança financeira de nossas famílias e na qual depende toda a sociedade.

Direção do Sindágua/RN

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